Desculpa a demora em postar essa resenha. O motivo foi porque eu
queria explicar algumas coisas da análise junto com análise e apesar de eu ter
gostado mais do filme do que do livro (não tem quase nada em comum os dois) tem
bastante coisa no livro que reforça a parte estrutural do texto assim como
algumas coisas que encontrei estranhas referente a tradução.
Livro: Beautiful Creatures - Dezesseis Luas
Autores: Margaret Stohl, Kami Garcia
Editora: Galera- Record
4ª edição
Tradução: Regiane Winarski
2009
“Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados
Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota
que ele nunca conheceu. Até que ela aparece... Lena Duchannes é uma adolescente
que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há
gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à
tona”. Eleito pelo Amazon um dos melhores livros de ficção de 2009. Direitos de
tradução vendidos para 24 países.
O protagonista, Ethan Wate, é uma gracinha
de pessoa, atencioso e superengraçado. Ao mesmo tempo ele é cuidadoso com
relação a Lena Duchanes o que traz para ele uma dualidade interessante. É um
personagem round (significa redondo), ou seja,
ele desenvolve ao longo do livro e evolui e podemos ver isso desde o inicio quando
ele se mostra temeroso quanto a Lena e sua família e depois começa a empurrar
seus medos e preocupações para ficar com ela.
O enredo é sensacional porque nos passa o
ambiente de forma bem escrita sem ser extremamente detalhada. Eu gosto,
particularmente, de histórias que se passam em cidades distantes porque gosto
da paz e tranquilidade do ambiente descrito.
A maioria dos personagens é flat (significa
plano, achatado), ou seja, não evoluem ao longo da história o que faz algumas
partes serem tão enfadonhas de se ler que eu fui tentada a pular, mas entendo
que tudo que foi posto no livro foi por necessidade dos autores e geralmente,
quando o protagonista é um personagem que se desenvolve bem outros personagens flat tem que ser colocados para equilibrar
a narrativa.
Achei interessante o quanto é importante
para Ethan o cheiro das coisas, ele usa de uma sinestesia, quase que direta,
quando nos descreve os ambientes e os cheiros. Também as transições do
narrador, ele as faz de forma rápida demais, de forma mais inteligente do que
outros livros, que pede maior atenção nossa ao ler ou podemos cair em erro e
nos perder no meio das falas.
Ponto altíssimo também que encontrei no
livro, as inferências que o narrador faz quando compara o Macon Ravenwood com
Boo Radley do clássico To Kill A Mockingbird (O Sol Nasce Para Todos), escrito
por Harper Lee em 1960, recomendo muito ler, para aqueles que são introspectivos
de coração. Além de outras obras clássicas que o protagonista diz ler,
incentivo a leitura dentro da leitura.
Também percebi algo que geralmente quase
nunca me agrada nos livros traduzidos para o nosso idioma, a tentativa de
trazer as piadas para o nosso idioma ou vocabulário cultural específico. Isso
sempre cria conflitos para mim quando vou lê-los. Por exemplo, na página 52:
"A sobrinha do velho Ravenwood. Lena
Duchanes, que rimava com rain."
Essa passagem era para transmitir um ar
romântico da sonoridade do nome da personagem com a palavra em inglês, mas
acredito que quando o leitor que não tem tanto conhecimento em inglês for ler
será um problema.
Assim, o livro, no geral, transmite um
ambiente muito bem descrito, protagonista interessante e chamativo, enredo bem construído
e diversão na leitura. Aproveitem o clima de férias e leiam. Alguém que tenha
mais informações e quiser comentar eu quero ouvir em galera. Abração!
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